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Seminário aponta perspectivas econômicas
10 de novembro de 2016
SEMINÁRIO APONTA PERSPECTIVAS ECONÔMICAS E DA INDÚSTRIA DE EQUIPAMENTOS FERROVIÁRIOS NO BRASIL
O SIMEFRE e a Abifer promoveram no último dia 28 de outubro o Seminário “Perspectivas Econômicas e da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários no Brasil”. Na abertura do evento foi destacada as questões econômicas que afetam a indústria ferroviária, tendo sido ressaltado o fato que o setor é importante gerador de empregos qualificados e que se não houver uma retomada nos negócios a partir de 2018 o setor não terá mais encomendas para produção.
Foi destacada também os efeitos da política econômica adotada pelo governo anterior e seus reflexos na indústria.
O diretor Presidente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Paulo Magalhães destacou a necessidade não apenas de produzir novos trens, mas garantir a manutenção dos 1100 que operam todos os dias nas linhas da cidade. Segundo ele é importante investir em inovação para modernizar a frota existente.
O primeiro tema abordado no Seminário envolveu os rumos da política econômica do atual governo. O palestrantes Antonio Côrrea de Lacerda começou falando sobre a economia mundiale a atuação dos bancos mundiais que baixaram os juros para patamares nunca vistos.
Segundo ele, em se tratando de Brasil todos os prognósticos terão que ser revistos, pois a queda da economia será maior do que a prevista. “Existia uma ideia de que pudéssemos ter uma recuperação imediata com a troca de governo, mas isso não aconteceu. Devemos ter uma queda próxima de 4%”.
A expectativa é voltar a crescer em 2017, mas de forma muito moderada. ” A grande questão é o desafio Fiscal. O país tinha superávit primário, teve déficit a partir de 2014. Custo do financiamento 2012/2013 dobrou em 2015. Déficit nominal chegou a 10% em 2016. A arrecadação está caindo muito.”
O ajuste Fiscal foi abordado por Carlos Cavalcanti, que afirmou ser importante aprofundar as discussões sobre ajustes financeiros e refletir sobre questões envolvendo reformas estruturais. “O embroglio brasileiro não é simples de ser resolvido a médio prazo, apesar do potencial de investimento.” Ele explicou o nó Fiscal e o quanto ele dificulta a retomada do crescimento.
Eduardo Daher mostrou que o Agronegócio é o único setor, que apesar, das quedas, se mantém viável. “O Brasil é o segundo maior exportador de agro. Esse é um tema totalmente ligado à logística”, ressaltou. Segundo ele o setor agro se beneficiou da alta do dólar, mas agora com a queda, embora as exportações continuem devera sofre uma quebra significativa.
Daher citou como exemplo o consumo de países como China e Índia, ressaltando a importância do Brasil se voltar para a exportação, principalmente diante da diversidade de produtos. “O Brasil importa 80% dos fertilizantes que utiliza. Essa carga precisa ser distribuída pelo país, precisamos aperfeiçoar os modelos de concessão e assegurar o direito de passagem com vistas à integração das malhas das concessões existentes.”
Como desafios classificou: integração dos modais e infraestrutura; construção de preços ferroviários; flexibilização dos contratos ferroviários; respeito à sazonalidade; vagões taylor made. Dentre as oportunidades: investimentos em integração de modais; substituição do frete rodoviários; possibilidade do frete retorno; demanda potencial crescente/demanda por armazenagem.
A reindustrialização coube ao palestrante Fabio Silveira. Segundo ele, apesar das expectativas a reindustrialização não virá nos próximos anos, uma vez que o Estado está falido. O déficit primário está próximo de R$ 200 bilhões e aumentar a receita é mais difícil que cortar gastos, acredita. O mercado interno mostra pouco alento e as exportações vem perdendo competitividade.
Pela sua análise se não houver aumento da arrecadação o estado não terá recursos para participar dos investimentos. “Chegamos a um ponto de desafio imenso que não se reverte apenas cortando gastos. O grau de enfraquecimento dos setores domésticos é muito grande, voltamos aos níveis de 2012 nas vendas e a indústria aos níveis de produção de 2004/2005.É difícil imaginar que a arrecadação pública possa virar rapidamente. A taxa de câmbio precisa crescer. Tudo conspira contra a reindustrialização. O cenário é preocupante.”