SIMEFRE recebe pauta de reivindicações da FEM/CUT para as negociações coletivas de 2025
Por: anaazevedo
Publicado em 5 de junho de 2025 - Atualizado em 5 de junho de 2025 às 15:10

Na manhã desta terça-feira (3), o SIMEFRE recebeu oficialmente a pauta de reivindicações apresentada pela FEM/CUT (Federação dos Sindicatos de Metalurgicos da CUT/SP). O documento será a base para as negociações coletivas deste ano, cuja data-base é o mês de setembro. A entrega foi acompanhada por dirigentes sindicais e representantes do setor patronal, reforçando a tradição de diálogo respeitoso e construtivo entre as entidades.
O presidente da FEM/CUT, Erick Silva, ressaltou a relevância histórica desse momento e a qualidade da relação institucional com os sindicatos patronais. “A relação com os sindicatos que recebem essa pauta hoje é, historicamente, de muito respeito, de lado a lado. Sempre há a recepção da pauta, o entendimento sobre as agendas e a construção de convenções coletivas robustas, que garantem direitos importantes aos trabalhadores e trabalhadoras, além de assegurar o reajuste e o aumento real. Isso tem sido construído com pleno entendimento, há décadas”, destacou Silva.
A pauta de 2025 traz temas considerados prioritários pela entidade profissional, entre eles a superação do chamado “limbo previdenciário” — uma situação que atinge muitos trabalhadores. Erick explicou que esse problema ocorre quando o serviço médico da fábrica atesta que o empregado não está apto ao trabalho, mas a Previdência Social não reconhece a necessidade de afastamento, deixando o trabalhador sem respaldo. “Queremos construir um instrumento para superar isso. É um problema muito sério e precisa de soluções conjuntas”, enfatizou.
Além disso, a pauta contempla questões sociais relevantes, como a promoção da igualdade salarial entre mulheres e homens. “Essa é uma dívida social que todos nós temos que enfrentar. A categoria precisa avançar no combate à desigualdade salarial, garantindo condições justas para todas e todos”, afirmou Erick Silva.
Outro tema central das reivindicações é a redução da jornada de trabalho. A FEMCUT avalia que a discussão ganhou nova dimensão com os projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional, apresentados por parlamentares como Reginaldo Lopes e Erika Hilton, e com o apoio do ministro do Trabalho, Luiz Marinho. “O ministro esteve conosco há duas semanas, na nossa plenária, e reforçou a importância de termos capacidade de diálogo e criatividade para debater a redução da jornada. É um tema que envolve não apenas a qualidade de vida dos trabalhadores, mas também a justa distribuição dos ganhos de produtividade que vêm se acumulando ao longo das últimas décadas”, observou o presidente.
O dirigente sindical destacou que, no setor metalúrgico, algumas categorias já conquistaram avanços importantes nesse aspecto, como o fim da escala 6×1 e jornadas reduzidas. “Muitas montadoras e autopeças já trabalham 40 horas semanais, mas ainda há segmentos que mantêm jornadas extenuantes. Precisamos ampliar esse debate e buscar soluções que melhorem a vida de todos. Não é razoável, por exemplo, que trabalhadores sigam atuando aos domingos e feriados, como ainda acontece em setores como o comércio”, completou.

A pauta também reafirma a defesa do reajuste salarial, com reposição da inflação e ganho real, como ocorre tradicionalmente nas negociações conduzidas pela FEM/CUT. “O reajuste é sempre um tema central, pois assegura a manutenção do poder de compra e o reconhecimento do trabalho realizado. Estamos confiantes de que, mais uma vez, construiremos convenções coletivas equilibradas e justas para todas as partes”, afirmou.
Por fim, Erick Silva reforçou a importância do respeito mútuo e do diálogo permanente como marcas históricas da relação entre trabalhadores e o setor patronal. “Seguimos comprometidos com uma negociação que respeite direitos, valorize o trabalho e contribua para o desenvolvimento das indústrias e do país”, concluiu.
A entrega da pauta marca, assim, o início oficial do processo negocial entre a FEM/CUT e os sindicatos patronais, representados pelo SIMEFRE, SINAFER e SIAMFESP, em mais um capítulo de uma trajetória pautada pela busca de equilíbrio e avanços para a categoria metalúrgica.

Cidades contempladas na negociação:
Américo Brasiliense, Analândia, Araçariguama, Araçoiaba da Serra, Bauru, Boituva, Cabreúva, Caieiras, Cajamar, Campos do Jordão, Caraguatatuba, Diadema, Francisco Morato, Franco da Rocha, Gavião Peixoto, Iacanga, Ibaté, Ibiúna, Iperó, Itapetininga, Itaquaquecetuba, Itú, Mauá, Monte Alto, Moreira Cesar, Piedade, Pilar do Sul, Pindamonhangaba, Pirajuí, Porto Feliz, Quiririm, Redenção da Serra, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Roseira, Salto, Salto de Pirapora, Santo André, Santo Antônio do Pinhal, São Bento do Sapucaí, São Bernardo do Campo, São Carlos, São Luiz do Paraitinga, São Roque, Sarapuí, Sorocaba, Tapiraí, Taubaté, Tremembé, Ubatuba e Votorantim.