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SIMEFRE realiza encontro com a indústria da infraestrutura, mobilidade e políticos
23 de dezembro de 2021
Estavam reunidos os setores metroferroviário, rodoviário e de duas rodas
Na última quinta-feira (16), o SIMEFRE realizou o Seminário Anual SIMEFRE. O tradicional evento do segmento metroferroviário, rodoviário e de duas rodas reuniu diretores e associados da entidade, trazer comportamento e expectativas do mercado de cada setor.
Este ano a novidade esteve no formato híbrido, e todo o conteúdo apresentado foi transmitido online, no canal do Youtube do SIMEFRE. O evento presencial era restrito a associados e convidados, e os participantes conheceram as novas instalações do sindicato, que passou por reformas recentemente. A capacidade foi reduzida para seguir protocolo contra a covid-19, para proporcionar mais segurança e bem estar aos presentes.
O Presidente do SIMEFRE, José Antonio Fernandes Martins, abriu os trabalhos focando a política e a economia nacional, falou do impacto positivo no resultado da vacinação, do sucesso das exportações e da previsão da produção de grãos para 2022, que deve superar os 280 milhões de toneladas, funcionando como fundamental gatilho para o avanço dos ferroviário e rodoviário. Fez uma conclamação para a união de forças dos empresários para vencer as barreiras que impedem ou desaceleram o crescimento. “Vivemos em um país privilegiado, um país que tem uma perspectiva muito grande. Quero hoje ver os representantes das indústrias da mobilidade, que formam o SIMEFRE e sua enorme capacidade, e dizer a vocês, que apesar de todos os problemas, eu continuo cada vez mais brasileiro e cada vez acreditando mais no nosso país”.
O evento contou com a apresentações dos executivos do SIMEFRE, como Hilário Kobayashi (Duas Rodas – Motocicletas) que comemorou o aumento de 26,8%, puxado pelo aumento de demanda pelo delivery, que aumentou por conta do home office e também pela mobilidade individual. “Em função das novas variantes o desafio continua. Continuaremos com a produção com os protocolos, mas com aumento de produtividade”, explica.
Trouxe também Cyro Gazola (Duas Rodas – Bicicletas), que explicou que em 2021 o setor apresentou um crescimento acumulado, de janeiro a novembro, com a produção crescendo quase 16%. “Para o fechamento de 2021 a expectativa é de chegar próximo aos 20%, que é um grande êxito. É o segundo ano consecutivo de crescimento acelerado que estamos vendo e graças à busca pela bicicleta como alternativa de lazer, de transporte, de interação com a família, de uso realmente amplificado e que vemos, acontecendo desde julho de 2020 no ápice da pandemia e continuidade até hoje”, contou.
Já Auro Levorin (Duas Rodas – Partes e Peças), disse que o setor apresentou um crescimento interessante, por volta de 15%, mas poderia ter sido melhor. “Tivemos impacto importante da falta de insumos para a produção dos nossos produtos, e isso atrapalhou o crescimento”. As importações recuperaram a perda de 31% de 2020 e cresceram incríveis 65%, mostrando grande capacidade de recuperação. Essa recuperação traz novamente os produtos importados ao mesmo patamar de participação anterior, um crescimento de 14% sobre 2019. O que chama atenção é o impacto causado por essa falta de insumos que levou a um aumento de preços de 10% que acrescidos a valorização cambial trouxe grande impacto nos preços dos produtos finais.
Alcides Braga (Rodoviário – Implementos Rodoviários), mostrou o crescimento do setor e sua perspectiva para 2022 “A expectativa do setor para 2022 é entregar ao mercado 165 mil unidades, sendo 90 K (Linha Pesada) e 75 K (Linha Leve). “Existem muitas ações de investimentos de longo prazo que nos fazem ter otimismo, e se não crescermos, pelo menos vamos repetir este ano”, explica Braga.
Ruben Bisi (Rodoviário – Ônibus), falou da queda dos números do setor comparando com 2019 e da perspectiva para este ano. “Prevemos um crescimento no mercado interno de 16%, e mercado externo 22,6% mas sobre uma base muito baixa, em um mercado que caiu, nos últimos dois anos, 50%”. Bisi acredita na retomada em todo o setor no ano que vem. “Estamos ansiosos para que este mercado retome”.
Maximo Giavina (Ferroviário-Passageiros), falou de acontecimentos do setor como concessão de linhas da CPTM 6, 8 e 9, que gerarão demanda. Falou também do Metrô Rio, de Belo Horizonte e baixada santista, e dize que a retomada do setor será à partir de 2023. Relembrou a ação sobre o VLT de Cuiabá. Explicou o projeto de lei do Senador Antonio Anastasia para barrar a regulamentação dos transportes de passageiros, e criar a autoridade metropolitana, e trouxe as encomendas para o setor “serão 40 trens para linha 6, 15 trens para linha 8 e 9, exportação para o Chile”. Falou da continuidade no Brasil Trem Jeito, precisando envolver os políticos federais e estaduais e explicou as ações para 2022, que incluem o apoio à criação da Autoridade Metropolitana a nivel federal, regulamentando a política de estado do transporte metropolitano nos estados e municípios; dar continuidade ao movimento Brasil Trem Jeito envolvendo principalmente os políticos estaduais e federais; modificações do RETREM, entre outros
Vicente Abate (Ferroviário – Cargas) comemorou o marco das ferrovias, trouxe os dados de um
2019 com 1000 vagões, 2020 com 1700 e 2021 com a venda de 1800 vagões e perspectiva de crescimento não consistente em 2021, com perspectiva em 2022 de produção de 1500 a 1700 vagões. “Tenho sempre pontuado a ociosidade, já que a capacidade é de produção de 12 mil vagões de carga”. Mostrou as inovações tecnológicas dos vagões e os dados de produção de locomotivas, que reagiu em 2021 com a produção de 67 unidades, ante 29 no ano anterior e capacidade de produção de 250. Comemorou os marcos atingidos neste ano, como a renovação antecipada da MRS Logística encaminhada ao TCU, término das obras de melhoria da Ferrovia Norte-Sul – RUMO Logística, leilão da FIOL 1 e assinatura do contrato com a BAMIN entre outros.
O Seminário teve a participação de convidados como Antonio Molognoni (Relações Trabalhistas) contou que 2021 foi um ano difícil, e que os sindicatos vieram com reinvindicações extras, como vale gás, vale gasolina, adicional home office, mas o relacionamento foi fiel, pontual e estratégico. “Conseguimos fechar todas as convenções coletivas, é uma evolução social e sem ela não se trabalha em paz. Com o trabalho árduo do SIMEFRE chegamos lá”, comemorou. Trouxe também alguns números sobre o home office, já que a pandemia trouxe mudanças significativas. Molognoni também elogiou a reforma trabalhista que foi feita e diz que estas reformas não podem parar.
O economista Antonio Lanzana falou sobre a economia do país e trouxe o contexto do cenário mundial, variante ômicron e economia de outros país. Explicou que a economia brasileira acompanhou o mundo durante a pandemia. O PIB também caiu e se recuperou rápido (comportamento em “V”) mas saída da crise é muito menos favorável. Não há horizonte claro sobre o futuro, principalmente na área fiscal. Incertezas fiscais: precatórios, confusão da reforma do IR, rompimento do teto, Auxílio Brasil etc. “Nós temos muitas incertezas com o futuro das contas públicas no Brasil e bate no investidor.”
Para 2022 a expectativa é para crescimento de 1% no setor industrial. As importações aumentaram 15% este ano. Houve mudança no cenário de importação com alta dos preços. A evolução do PIB (IBC-Br) precisa ser adequadamente interpretada: “Recessão técnica”.
Participaram também políticos como o Ministro de Ciência, Tecnologia E Inovação Marcos Pontes, que falou sobre a 5G e a Tecnologia das Coisas. O ministro comemorou o relançamento de parques tecnológicos, já que não se tinha um edital da área desde 2013. Disse que o governo tem priorizado investimento em tecnologia para sistemas complexos, inteligência artificial, biotecnologia, nanotecnologia, acústica, eletrônica, e enfatizou a necessidade de ter mão de obra na área para acompanhar toda essa evolução, e que a área de transpote pode ser melhorada com a tecnologia. “Por que não revitalizar o sistema (de transporte) e criar um centro de tecnologia de transportes, indo desde transporte de cargas e pessoas? Seria muito bem aplicado pro Brasil neste estágio que estamos”, disse.
O Deputado Federal, Mauro Pereira, trouxe alguns esclarecimentos sobre reforma tributária e relembrou quando a reforma trabalhista foi aprovada no governo Temer, depois de muito trabalho. “A reforma trabalhista foi uma reforma muito difícil, muitos deputados não se reelegeram por causa dela, mas ela era muito necessária”, explicou. Ele refletiu sobre o amadurecimento do país, inclusive durante a pandemia, onde todos os projetos foram aprovados com tranquilidade na câmara, como vacinas e auxílios. E disse que a proposta da reforma tributária foi feita por um trabalho de 1500 horas, teve seus percalços por disputa eleitoral e só vai ser feita se realmente for uma reforma tributária. “Esse negócio de ficar retalhando, não vai conseguir”, contou. “Esse ano é um ano de eleições, dificilmente vai ser votado reformas estruturantes, não tem como ser votada agora”, completou. E alertou: os empresários tem que ter a responsabilidade de escolher deputados, senador, governador para as próximas eleições, pois são eles que farão as coisas acontecer.
O Deputado Federal, General Petternelli, falou sobre a rejeição da PEC 45, que diminuiria tributação em indústria mas aumentaria demais os serviços que as cercam. Na sequência, apresentou uma proposta tributária, que tem uma alíquota única de 2,5% no crédito e débito nas transações financeiras, eliminando 15 impostos como PIS, COFINS, IPI, ITBI, ICMS entre outros, acabando, inclusive, com a nota fiscal. Além disso, falou de uma novo pacto federativo onde estado, união e municípios ficam com 30% da arrecadação cada e o congresso 10%. “Ninguém mais vai dever para o fisco, você combate a corrupção e a economia informal vai pagar”, pontua o Deputado, sobre as vantagens da reforma. E empolgado, concluiu “só depende de nós executar uma atividade simples como essa”.
O evento está disponível na íntegra em https://www.youtube.com/watch?v=LL82Jx15TZ0