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SIMEFRE propõe soluções de questões do setor ferroviário a Alckmin
12 de março de 2024
O Trem Intercidades – TIC – Eixo Norte, que ligará a cidade de Campinas à São Paulo promete ser o mais rápido do Brasil, com uma velocidade média prevista de 95 km/h. Os veículos que irão operar a nova linha podem alcançar a velocidade máxima de 140 km/h, tornando o TIC no primeiro trem de média velocidade do país.
Apesar dos promissores avanços na engenharia ferroviária prometidos no projeto do TIC, algumas questões preocupantes foram levantadas pelo vice-presidente do SIMEFRE, Massimo Giavina, e levadas a Josué Gomes, presidente da Fiesp, a Geraldo Alckmin, vice-presidente da República, e a João Gordon, diretor do BNDES.
A preocupação de Giavina se refere à possível ausência de materiais brasileiros na obra do Trem Intercidades, já que o projeto será executado pelo consórcio constituído pela Comporte e pela CRRC, maior fabricante de trens do mundo. Os materiais ferroviários a serem utilizados na obra são originários da China – caso não tenha uma implantação no Brasil- que já forneceu para o Metrô do Rio e para a Supervia. Assim, a indústria chinesa ganha espaço no cenário ferroviário brasileiro em detrimento da indústria nacional, que sem operar nessas grandes obras, entra em risco de destruição, sem esta implantação, ressalta o vice-presidente do SIMEFRE.
Na conversa com Gomes, Alckmin e Gordon, Giavina afirmou: “a Comporte está em parceria com um grande fornecedor chinês e vejo isso como uma ameaça à indústria brasileira. Se o BNDES está aqui, embora a obra seja estadual, teremos dinheiro do Brasil, criando empregos na China. Precisamos ter ao menos uma parte, fabricado no Brasil. A exemplo do que aconteceu na Argentina, que fabricava até o motor diesel, mas com a invasão chinesa acabou com a indústria local, existe esta ameaça para nós”.
Ele mencionou também a Angola, onde ocorreu o mesmo problema de gigantes chinesas obterem lucros sob as obras e então saírem deixando para trás um setor do país desbaratado. “Isso muito nos preocupa e o BNDES tem que ter algum mecanismo para brecar isso”, disse Giavina.
Em suma, Geraldo Alckmin marcou com executivos do SIMEFRE uma reunião em Brasília, que acontecerá hoje, 12 de março.
Aproveitando a presença do diretor do BNDES, o SIMEFRE expôs o problema ocorrido com 44 trens que o índice de nacionalização não atende algumas indústrias, pois o mercado ficou parado por 10 anos. Para o representante do SIMEFRE, o critério que está sendo publicado para classificar o índice de nacionalização deverá ser ampliado
Para solucionar a questão, foi marcada uma reunião para o dia 22 de março, às 15h, para uma revisão do processo de nacionalização. “A importância disso é termos uma legislação federal que atenda ao setor ferroviário brasileiro. Comparando com o que acontece nos EUA, para você fornecer para lá com o dinheiro do governo, precisa-se ter um índice de nacionalização de 70%; apenas 30% de fora. O caso aqui é que o dinheiro será do Governo do Estado e do BNDES, então precisamos de uma medida que favoreça a indústria feita no Brasil”, finaliza Giavina.