SIMEFRE e IQF unem forças no fomento à inovação e qualidade metroferroviária

Nascido da necessidade de cuidar das certificações no setor metroferroviário, o Instituto da Qualidade Ferroviária (IQF) tem sido o órgão responsável por atender as demandas do segmento que surgem a partir das normas desenvolvidas pelo Comitê Brasileiro de Certificação (CBC) ou pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Esse trabalho foi iniciado há pouco mais de 

dois anos, durante um encontro na sede do Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT), que foi realizado para debater as políticas públicas no setor metroferroviário. No evento, ficou evidente para integrantes da academia, fabricantes e operadores, tanto do setor de passageiros como de carga, o quão importante seria elaborar e efetivar o que viria a ser o IQF.

A ideia foi bem recebida pela indústria nacional. Massimo Giavina, 1º vice-presidente do SIMEFRE e Vicente Abate, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) estavam no grupo dos executivo que, vendo o que a indústria necessitava, não hesitaram em se junt

ar à discussão sobre onde atuaria o IQF e qual a necessidade de trabalhar com qualidade dentro do setor, principalmente no que diz respeito à certificação.

Sérgio Inácio Ferreira, pesquisador e gerente de projetos no IPT, foi um dos responsáveis pela concepção do IQF e testemunha de sua concretização. “Foi no primeiro dia de março de 2024 que lançamos oficialmente o Instituto. Com o apoio de diversas entidades, universidades e centros de pesquisa, firmamos os dois pilares principais do IQF: o aprimoramento e a certificação”, afirma Ferreira.

O primeiro pilar trata do fomento à inovação no setor, tanto no que diz respeito ao material como a capacitação do pessoal envolvido na área. O segundo, por sua vez, se refere a uma forma de estabelecer a conformidade com determinados critérios, conferindo credibilidade e confiança a quem a obtém.

O Vice-Presidente do Brasil e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin,  apoiou a causa, tornando-se patrono do IQF e atando o laço entre a entidade e o Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia), órgão responsável pela regulamentação e controle de produtos e serviços no Brasil.

O apoio de quem conhece o setor

A parceria entre o IQF e o SIMEFRE, entidade que tem mais de 90 anos de ininterrupto trabalho no setor ferroviário brasileiro, permite além de usufruir da capacidade técnica dos executivos do Sindicato, uma interlocução com o setor produtivo para o desenvolvimento industrial, afirma Ferreira.

“A grande vantagem de  termos o Sindicato ao nosso lado é que é uma entidade que atua em mais de uma frente; estão no setor automotivo e também na área de implementos. Todos lá dentro possuem uma visão mais ampla do transporte e onde o trem pode ajudar dentro desse modal. Por isso é tão importante o SIMEFRE para nos ajudar nessa conscientização e nessa aplicação da qualidade da certificação dentro do setor”, pondera.

O posicionamento do IQF

Recentemente Brasil e China assinaram um memorando de entendimento para dar início a estudos técnicos sobre a criação de um corredor ferroviário que ligará a cidade de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, ao porto Peruano de Chancay. O projeto é tido como uma alternativa de integração logística entre a América do Sul e a Ásia, com potencial para reduzir tempo e custos de exportação. 

Ferreira explica  que o mais importante diante desse ambicioso projeto é expandir o volume da produtividade do país, especialmente no setor metroferroviário. “Se tentarmos vender algo em outro país, teremos diversas regras e procedimentos a seguir. Temos que ter esses mesmos parâmetros de controle aqui no Brasil, para que obras como essa sejam positivas para o país em todos os aspectos.”