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Siderurgia & Mineração
4 de junho de 2020
Aço: Aumento de preços entre 10% a 12% deve ocorrer em julho.
Reajuste é motivado pelo avanço do câmbio, segundo a CSN .
O diretor-executivo da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Luis Fernando Matinez, disse semana passada (15), durante teleconferência com analistas que o compromisso da companhia é com a recuperação de margem. Segundo ele, com a taxa de câmbio nesse patamar o prêmio do produto importado e internalizado está de 12% a 15% negativo.
“Recuperação de margem é mandatório, com esse dólar não tem como não aumentar o preço. Agora em junho, vamos olhar a competitividade da cadeia de valor e vamos ver quem compra, mas não tem como não corrigir o preço. De 10% a 12% de reajuste em junho não tem como escapar”, disse Martinez ressaltando que a CSN aumentou os preços da tonelada de aço em janeiro e março deste ano.
Para Martinez, no segundo trimestre deste ano o consumo aparente no país deverá ficar em torno de 1,8 milhão de toneladas, uma queda de 37% a 40%, mas a situação para a companhia deverá ser melhor do que outras siderúrgicas.
Para o ano, a estimativa da companhia é que o consumo aparente deverá ter uma redução de 20% a 25%, sendo que, de acordo com ele, a CSN terá um desempenho melhor, com queda nas vendas menor que 20%.
“Hoje, não ficamos tão dependentes do mercado automotivo, é somente 12% da nossas vendas, e os outros mercados tiveram quedas menos acentuadas como o de construção civil, temos uma participação de 16% e a maior parte na distribuição, cerca de 36%. A estratégia de não ter os ovos na mesma cesta continua.”
Segundo Martinez, dentro dessa estratégia de diversificação da companhia, a CSN está se voltando mais fortemente para o mercado externo. O executivo disse que a empresa irá usar toda a cota de exportação para os Estados Unidos este ano e já negocia novos contratos no Canadá, México e América Latina.
“Na exportação que estamos vendendo muito para os EUA. Temos contratadas 300 mil toneladas até o final do ano. Passamos a ser mais competitivos com o câmbio neste patamar”, afirmou o executivo.
Parada
O presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, acrescentou que a empresa avalia a parada do alto-forno 2 da usina de Volta Redonda (RJ). Segundo o executivo, a decisão deverá ser tomada em até duas semanas e serão considerados os impactos sociais da medida e a estratégica de exportação da companhia.
“Do ponto de vista estratégico faz todo sentido, porque se aumentarmos as exportações temos que alocar grande parte da produção do alto-forno 2 para o mercado externo. E se formos bem sucedidos, faz sentido trabalhar com todas as linhas”, disse o executivo.
Segundo ele, o que está adiando a decisão é a questão social. “Para que a companhia não contribua com uma crise ou agravamento da situação social. Essa discussão vai ser feita nessa próxima semana e em duas semanas no máximo tomaremos a decisão. A parte técnica toda esta programada. Se decidirmos pela parada vamos fazer com a maior tranquilidade e segurança técnica, seria a terceira vez que paramos esse equipamento”, ressaltou.
Steinbruch disse, ainda, que além desses fatores a companhia avalia o quesito queda nos custos de produção de aços planos. Segundo ele, a paralisação do alto-forno 2 irá possibilitar a diminuição da dependência da CSN do coque externo, consumo de pelotas e de minério. “O alto-forno 2 tem um custo de produção até 10% maior que o do alto-forno 3”, disse.
Outro ponto estudado é o consumo do estoque que a companhia tem atualmente que, conforme o executivo, pode ser vendido no mercado interno até o final deste ano. “Do ponto de vista racional, faz todo sentido.”
Fonte: Yahoo Notícias
Seção: Siderurgia & Mineração
Publicação: 18/05/2020