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Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários

Plano Safra de guerra necessita plano de guerra ferroviário

22 de junho de 2022


Recentemente, em reportagem para o jornal O Estado de S. Paulo, o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues afirmou que país poderia aproveitar o cenário de escassez criado pela guerra entre Rússia e Ucrânia para conquistar novos mercados e se posicionar como o grande produtor de alimentos para o mundo, e que para isso, seria preciso um “plano safra de guerra” e atingir, já em 2023, uma produção de 300 milhões de toneladas de grãos – 30 milhões a mais do que este ano.

De acordo com o Vice-Presidente do SIMEFRE (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviário), engenheiro e especialista do setor ferroviário, Massimo Giavina, este cenário vai sobrecarregar o sistema de logística do Brasil e o sistema ferroviário não está ainda adequado para atender esta quantidade de produtos agrícolas.

“O sistema rodoviário no Brasil prevalece sobre o ferroviário que, embora tenha tido algum avanço nos últimos anos, ainda não é suficiente para a demanda prevista”, explica. Segundo Giavina, nossos produtos agrícolas são competitivos no campo, mas sofrem perda em seu transporte rodoviário, e que a ferrovia seria muito mais adequada para a elevada capacidade de transporte para produtos de baixo valor agregado.

“É fundamental ter um sistema ferroviário de logística mais avançado e distribuído para longas distancias”, completa.

O engenheiro ainda relembra que, por volta de 20 anos atrás toda a produção de açúcar de São Paulo escoava para o porto de Santos, e que na ferrovia eram transportadas 700 mil toneladas de produtos. Era uma época em que o transporte ferroviário estava em desenvolvimento, era valorizado e bastante divulgado.

“Para atendermos nossa produção agrícola é necessário que os grandes exios dos pontos de produção agrícola sejam transportados por ferrovia. É onde deve ser dada a prioridade para implantação e aumento de capacidade do transporte. O Brasil só será mais competitivo em termos de logística se seus produtos para exportação, uma implantação ferroviária mais acelerada.”

Segundo Giavina, hoje nós temos uma malha ferroviária, mas os passos são lentos em nós devemos fomentar o aumento das ferrovias. Por isso é essencial cobrar das autoridades, do governo, e dos concessionários, o aumento da implantação e da capacidade de transporte.

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