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Knorr-Bremse instala nova linha de produção em Itupeva (SP)
7 de novembro de 2024
A subsidiária brasileira da alemã Knorr-Bremse já começou a produzir no país o freio dotado do sistema eletrônico de frenagem e estabilidade EBS, que a partir de janeiro de 2025 deverá ser obrigatoriamente incorporado em todas as carretas rodoviárias produzidas no Brasil. O uso do sistema em caminhões convencionais já é obrigatório desde o começo deste ano.
A nova linha de produção foi inaugurada em meados de outubro. Com isso, a empresa tornou-se o primeiro fornecedor a produzir este tipo de freio para carretas no país. O sistema EBS utiliza sensores para monitorar a estabilidade do veículo em tempo real e, se detectar que o veículo está em risco de tombar, ele aciona automaticamente os freios individuais das rodas para evitar que isso aconteça. Assim, evita acidentes com tombamento do cavalo mecânico e da carga rebocada.
Batizado pela Knorr-Bremse de iTEBS X, o projeto exigiu investimentos de R$ 12 milhões em engenharia, para adaptar o equipamento às necessidades brasileiras, e mais R$ 6 milhões em novos maquinários para montar a célula de produção na fábrica de Itupeva, no interior de São Paulo.
A matriz da empresa, em Munique, na Alemanha, iniciou há cinco anos o desenvolvimento da nova geração do sistema e começou a produzir para a Europa no ano passado. O Brasil é a primeira unidade do grupo a produzir o equipamento fora do mercado europeu. Estados Unidos e Ásia só iniciam a produção local em 2025.
35 mil unidades/ano – O ritmo inicial de produção do iTEBS X será de 180 unidades por dia, equivalente a cerca de 2,5 mil por mês e 35 mil por ano, em dois turnos de trabalho.
De acordo com Antônio Silva, gerente de vendas de sistemas para implementos rodoviários da Knorr-Bremse South America, todos os grandes fabricantes de carretas no país já começaram a fazer suas encomendas, já que daqui a menos de três meses terão de começar a produzir os veículos com o equipamento.
“Poderemos atender a toda a produção deles”, garante Silva. “Projetamos uma capacidade de fornecimento de até 90 mil módulos por ano, mas poderemos aumentar gradativamente o ritmo conforme a demanda. Inclusive, já planejamos a primeira expansão da linha para junho do ano que vem”.
Além dos fabricantes, Silva revela que já recebeu consultas de grandes embarcadores e transportadores interessados em fazer retrofit em suas carretas, trocando o sistema de freios antigo pelo novo iTEBS X. Ele estimou que este negócio adicional poderá representar de 10% a 15% das vendas do novo módulo.
“A troca é vantajosa para o transportador, porque o sistema aumenta muito a segurança do veículo e reduz o custo do seguro”, explica. “Hoje o roubo de carga não é mais o maior prejuízo, mas sim os acidentes graves com tombamentos”.
Segundo o executivo da Knorr, a empresa atenderá primeiramente os clientes do Brasil, mas depois começará a exportar o freio para toda a América do Sul.
Adaptações – A companhia iniciou o trabalho de nacionalização há dois anos, quando foi tomada a decisão de fazer o investimento. No Brasil, onde mais de 85% dos caminhões e carretam usam suspensão mecânica, foi necessário desenvolver um algoritmo diferente do iTEBS X da Europa.
Isto porque, para funcionar, o sistema precisa calcular o peso total do veículo, algo fácil de executar quando se usa suspensão pneumática, que equipa 95% dos veículos pesados que rodam nas estradas europeias. Mas no Brasil foi preciso fazer o módulo estimar o peso de acordo com a pressão dos freios.
A Knorr-Bremse do Brasil também desenvolveu duas variações do sistema nacionalizado: um com mais funções e mais caro, e outro mais simples, com funções básicas, mais barato,
Em termos operacionais, na fábrica de Itupeva apenas três pessoas a cada turno operam as três estações de montagem e duas as duas estações de testes da célula de produção do iTEBS X, que é tido como o ponto mais crítico do processo.
Tudo é conduzido e monitorado por um programa de computador desenvolvido na própria unidade, que não deixa o operador executar nenhuma ação errada, e 100% dos módulos produzidos passam por teste de funcionamento antes de serem despachados aos clientes.
A célula também foi planejada para aumentar rapidamente a produção, sendo possível, quando necessário, aumentar o fluxo e adotar mais um turno de trabalho.
O iTEBS X da Knorr começou a ser produzido no Brasil com um índice de nacionalização de 45% e 55% de componentes importados, incluindo o mais importante deles, a central de processamento eletrônico, o cérebro do sistema. Mas a intenção da empresa é aumentar o conteúdo local para 60% até junho de 2025, já que isto reduziria significativamente o custo do imposto de importação.