Para o SIMEFRE, governo precisa socorrer a indústria nacional de partes e peças de motocicletas e bicicletas
Por: anaazevedo
Publicado em 1 de dezembro de 2025 - Atualizado em 1 de dezembro de 2025 às 11:59

Para montar o cenário do segmento de partes e peças de bicicletas é preciso levar em conta algumas variarias. A explicação é do diretor do Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (SIMEFRE), Auro Levorin.
De um lado temos a venda de equipamentos originais, que cresceu 5%, do outro o mercado de reposição, que acompanha a economia do país. Vale ressaltar que uma terceira fonte, que seriam as exportações, “não pode ser explorada pela indústria nacional por total falta de capacidade de competir”, ressalta o diretor.
Logo, explica, a composição dos dois mercados deu origem a esse crescimento de 5% no mercado de bicipeças. “No entanto quem captou esse aumento não foi a indústria nacional, mas sim as importações, que tiveram um crescimento de 15% e, desta forma, além do crescimento de mercado abocanharam mais um pedaço do pouco que sobrou para as indústrias brasileiras”, afirma.
Para ele isso acontece em primeiro lugar pela concorrência desleal dos países exportadores, principalmente a China, aliada aos descaminhos dos importadores e, a condição atual de protecionismo dos EUA que provoca uma mudança nos objetivos dos exportadores, haja visto a redução constatada nos preços de importação que caíram 5% além, claro, do Custo Brasil.

Levorin chama atenção para o número cada vez maior de industrias fechando as portas e, ou trocando produção local por importação para poder se manter no mercado. Ele destaca o trabalho que vem sendo feito pelo SIMEFRE no sentido de apoiar essas indústrias com as ferramentas disponíveis no mercado.
“Temos que contar com a ajuda do governo que, infelizmente não tem agido para defender nossa indústria da forma como é feita por outros países, com agilidade e priorizando o que é nacional. Nosso objetivo ainda continua sendo o de sensibilizar governo e indústria a unirmos esforços a fim de que possamos superar essa espiral negativa”, finaliza.
Motocicletas
O mercado de partes e peças de motocicletas vem acompanhando o crescimento constante da produção e vendas de motos no país. “Assim como a produção de veículos deverá crescer 12 % e o crescimento econômico do Brasil chegará a 2,2%, e ponderando esses dois fatores podemos dizer que o mercado de partes e peças deve crescer esse ano na comparação com 2024, em torno de 7%.”
Porém o diretor do SIMEFRE alerta que da mesma forma que acontece em outros mercados, grande parte desse crescimento vai para as importações que tiveram incremento de 15%, mais uma vez pegando uma fatia da indústria nacional. “Lembrando que a via da exportação que poderia ser uma alternativa de manter o volume não é viável por conta dos argumentos já citados.”
Para ele, não devemos repetir os entrevas sofridos para poder competir em igualdade de condições, mas é importante advertir que além dos preços subsidiados, percebe-se uma crescente participação de empresas chinesas instalando-se no Brasil e intermediando operações de compra e venda para clientes brasileiros, “o que nos assusta, pela capacidade que terão de transmitir subsídios também na distribuição.”
Por tudo isso o SIMEFRE segue atento a evolução das importações e lutando com as ferramentas de defesa comercial existentes e ansiando pela compreensão e apoio do governo aos pleitos da indústria de partes e peças de motos e bicicletas.