Demanda continua aquecida para o mercado de motocicletas
Por: anaazevedo
Publicado em 1 de dezembro de 2025 - Atualizado em 1 de dezembro de 2025 às 11:49

A demanda por motocicletas deve permanecer aquecida a exemplo dos últimos cinco anos. A informação é do diretor do SIMEFRE (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários), Hilario Kobayashi. Segundo ele, a projeção de produção para 2025 é de 1.950.000 unidades, um crescimento de 11,5% em relação a 2024.
O resultado, embora significativo, é menor que o recorde registrado em 2011, com a produção de 2.1 milhões de unidades. A expectativa, de acordo com a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), é que a produção volte a superar 2 milhões de unidades em 2026, o que, na opinião do diretor do SIMEFRE, demonstra a resiliência do setor.
Kobayashi ressalta que o mercado de baixa cilindrada continua sendo mais efetivo, representando mais de 78% da produção. De janeiro a outubro, o setor registrou crescimento de 14% na relação com o mesmo período do ano passado. Modelos como a Fazer FZ25 ou Factor 150, permanecem liderando o mercado nacional, impulsionados pela demanda por mobilidade ágil, menor custo de aquisição e uso da motocicleta como ferramenta de trabalho. “Esse segmento atende consumidores que buscam economia e praticidade. Fatores como acesso ao crédito, custo-benefício e confiabilidade do produto são fundamentais para a decisão desse consumidor”, explica.
O mercado de alta cilindrada, por sua vez, representa uma fatia menor de mercado, cerca de 2,6% da produção, mas possui um público fiel e exigente, que busca desempenho e exclusividade. Segundo o diretor do SIMEFRE, esse nicho tem se mantido estável em relação ao ano de 2024, acompanhando tendências globais e reforçando seu papel estratégico para as fabricantes, por oferecer maior valor agregado e funcionar como indutor de novas tecnologias no mercado brasileiro. “Um exemplo é o lançamento da Yamaha Ténéré 700, cuja pré-venda se esgotou em apenas 25 minutos, evidenciando a força desse segmento para inovação e experiência do produto.”
Quando o assunto é inovação, é impossível não falar de Inteligência Artificial. A IA começa a ser incorporada em processos de desenvolvimento e gestão, trazendo ganhos em eficiência, qualidade e inovação, inclusive em termos operacionais. A evolução desse mercado passa também pela geração de empregos.
Em 2025 são 20.500 empregos diretos, e até setembro, foram 1.800 novos postos de trabalho gerados pelo setor de duas rodas no ano.

A expectativa também é positiva nas exportações, o que para o diretor do SIMEFRE, demonstra a competitividade da indústria brasileira no mercado externo. No acumulado do ano, as exportações somaram 35.058 unidades, apresentando alta de 30,7% em comparação com o mesmo período de 2024.
Mas a indústria também está atenta à questão da segurança. O diretor do SIMEFRE reforça a importância de políticas públicas e soluções tecnológicas para mitigar riscos e proteger consumidores. “O setor está aberto ao diálogo com autoridades e entidades competentes para colaborar na redução da violência urbana.”
Para ele, o setor de duas rodas segue como protagonista na mobilidade brasileira, não apenas pela eficiência, mas também pelo papel relevante na inclusão socioeconômica. “A motocicleta é uma alternativa acessível que amplia oportunidades de trabalho e renda, especialmente em serviços de entrega e deslocamento urbano. A Yamaha permanece comprometida com inovação, qualidade e soluções que atendam às necessidades do consumidor, acompanhando as transformações do mercado e contribuindo para um futuro mais conectado e sustentável.”